Gorjeta e ganho com o financiamento passam a ser receita bruta de empresa

A inclusão da gorjeta como uma fonte de origem de cobrança de impostos recebeu críticas de profissionais de contabilidade e tributação.

Uma determinação do Conselho Gestor do Simples publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (19) incluiu quatro itens como geradores de faturamento da empresa.

São eles: ganhos com aluguéis e royalties, juros de financiamentos que clientes tomam, patrocínios que as empresas recebem e as gorjetas -a inclusão desse último foi a que mais gerou críticas.

"É uma injustiça total. Esse valor não é do restaurante, mas repassado aos garçons", afirma Gildo Araújo, presidente do conselho de contabilidade de São Paulo.

O Simples, regime tributário específico para empresas de pequeno porte, é exclusivo para negócios que faturam até R$ 3,6 milhões por ano, caso não exportem.

Com a inclusão de itens no que é considerado receita bruta, no papel, as companhias vão ter um ganho maior e, portanto, vão estar mais próximas desse teto.

A forma como essas mudanças foram feitas não é a ideal, segundo Felipe Novaes, advogado de direito tributário do Azevedo Sette.

A ideia de editar uma instrução é esclarecer algo que já era contido na lei, o que não é o caso, diz ele.

"A lei que estabeleceu o Simples define o que é receita bruta: venda de bens e serviços. Essa resolução amplia o conceito com itens que não estariam naquela definição."

Coluna Canal Aberto - Folha de São Paulo